segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Momento poesia

A Janela


Hoje eu olhei pela janela
E vi o Sol nascer
Tanta gente na favela
E não para de crescer

Hoje eu olhei pela janela
Ate acontecer
Como essa gente tão sofrida
Tem alegria de viver

Mas é a verdade nua e crua
Sem ressentimento
Largada pela rua
E levada pelo vento

Sobe o morro todo dia
Maria, José e João
Abrem porta, lavam pia
So para comprar o pão

Pão que preenche o vazio
Que os mantem em pé
Muitos comem caviar
Isso não e pra ralé

Essa doce amargura
Podia ainda ser pior
Mas temos fé em Deus
Que amanha vai ser melhor

Sei que vai mudar
E quero estar aqui pra ver
E vou olhar pela janela
E ver denovo o Sol nascer


Trem Azul



Esse é o balanço, o balanço do Trem Azul
Vamos todos balançar, no balanço do Trem Azul

Te leva pro Norte
Te leva pro Leste
Pro Continente
Pântano do Sul

Pra quem tá dentro o aperto
Pra quem tá fora o lamento
O aperto no coração
De quem trabalha, de quem é patrão

Seguindo o caminho na beira do mar
Estrela cadente, cai o luar
Pra quem se esconde, pra quem aparece
Te traz o segredo, o segredo de amar...

Abre a janela, eu vejo a mudança
O vento na cara que traz a esperança
De voltar pra trás, parar o futuro
Sentado no muro, feliz a cantar

Vivendo, crescendo nessa vida louca
O beijo na boca me faz viajar
Eu vou pra bem longe desse mundo louco
Te levo comigo, te ensino a voar

Anda descalço muleque
Faz tua pipa enfeitar o céu
Linda menina, boneca de pano
Fazem brilhar os seus olhos de mel...

Nenhum comentário:

Postar um comentário